CINCO ANOS DE PANDEMIA: LIÇÕES QUE FICAM PARA A SAÚDE DO CORAÇÃO
- Brasil Cotidiano
- 11 de mar.
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Cinco anos após o início da pandemia de COVID-19, os impactos na saúde cardiovascular ainda são evidentes. O período de isolamento social e as mudanças nos hábitos da população trouxeram desafios e alertas importantes sobre o cuidado com o coração. O cardiologista Raphael Boesche Guimarães, do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, destaca as principais lições aprendidas nesse período e como elas devem influenciar a prevenção de doenças cardiovasculares.

Um dos reflexos mais preocupantes da pandemia foi o aumento do sedentarismo. Com as restrições de circulação e o home office, muitas pessoas reduziram significativamente suas atividades físicas, o que contribuiu para o crescimento de doenças crônicas como obesidade, hipertensão e diabetes. "A inatividade física é um fator de risco importante para doenças cardiovasculares. Durante a pandemia, vimos um aumento expressivo de pacientes com ganho de peso e piora nos indicadores metabólicos, o que impacta diretamente na saúde do coração", alerta Guimarães.
Estudos indicam que a prática regular de atividades físicas é essencial para manter a saúde cardiovascular e prevenir complicações graves. "Reintroduzir o hábito de se exercitar, mesmo que seja com caminhadas diárias, é uma estratégia eficaz para melhorar a saúde do coração", acrescenta o especialista.
A interação social também se mostrou um fator crucial para o bem-estar emocional e físico. O isolamento prolongado foi associado ao aumento dos níveis de estresse, ansiedade e depressão, condições que podem afetar negativamente o coração. "O estresse crônico libera hormônios como o cortisol, que, em excesso, pode levar à hipertensão e a outros problemas cardiovasculares", explica Guimarães.
O cardiologista destaca que, após o período de isolamento, muitas pessoas passaram a valorizar atividades ao ar livre como estratégia para reduzir o estresse. "Exercícios em contato com a natureza são uma excelente opção, pois combinam os benefícios da atividade física com o impacto positivo do ambiente natural na saúde mental", afirma.
Outra preocupação que emergiu após a pandemia foi a síndrome pós-COVID, que afeta milhares de pessoas no Brasil. Entre os sintomas persistentes, estão a fadiga crônica e alterações cardíacas, como a fibrose miocárdica, condição caracterizada pelo endurecimento dos tecidos do coração. "Pacientes que tiveram COVID-19 grave podem desenvolver complicações cardíacas mesmo meses após a infecção. É fundamental que aqueles que apresentam sintomas persistentes, como palpitações e fadiga intensa, busquem avaliação cardiológica", ressalta Guimarães.
A pandemia também reforçou a importância do acompanhamento médico regular. Com o temor da contaminação, muitos pacientes adiaram exames e consultas preventivas, o que resultou em diagnósticos tardios de doenças graves. "A prevenção é a chave para manter a saúde do coração. Consultas periódicas permitem identificar fatores de risco precocemente e evitam complicações mais sérias", destaca o cardiologista.
Por assessoria de imprensa.
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